sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Gritaria

Há uma certa gritaria no silêncio. (No meu e não só...)

De não se dizer, diz-se, de través. Nas adversativas, nas reticências, na informação que falta... Diz-se o quê? Diz-se! Há sentido. Só isso: é sentido, há um sentimento sentido. Qual? Não sei, há um.

No cimo dos montes pode-se gritar com o corpo, com os pés e as mãos. Já não é preciso fazer força a cerrar a boca, porque o corpo está ocupado no grito da sua expansão. E aí há verdadeiro silêncio e verdadeira gritaria. A verdade está à vista, não vale a pena esconder ou ter vergonha. Manter a compostura. Fazer segredo.

Chama-se alegria. (Que idiota, a esconder a alegria!!! Foi o que ficou na fotografia, esse esconder, mas lá estava o pé suspenso a revelá-la...)

É a alegria que causa as nódoas negras. O riso que vem do fundo da alma... desequilibra.

(Sei que hoje não faço sentido nenhum. Sorriu-me de mim mesma, mas não deixo de levar tudo muito a sério. Meço cada palavra lida e dita, procuro destilar-lhe o significado. Só uma adolescente lê e ouve assim. Hoje sou jovem, tenho esperança.)

Preciso de refazer as nódoas negras. Hei de voltar a desequilibrar-me. Em breve.

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